Ecobags, ecochatos e baratas.
Clotilde Tavares | 9 de abril de 2009Outro dia andei falando aqui sobre a questão da separação do lixo para reciclagem. É um problema sério, e os cidadãos e os governos ainda se debatem na busca de soluções sem conseguir encontrar a saída adequada para problema tão grave. Como componente desse lixo, há um item sobre o qual quero falar hoje com mais detalhe: é a sacola plástica.
Sim, ela mesma, essa sacolinha inocente que você recebe de todo comerciante, em qualquer lugar que comprar algo. Se você vai à farmácia e compra um envelope de qualquer comprimido, que tem aí uns 7 cm x 4 cm, 0 vendedor o coloca numa sacola plástica onde caberiam uns vinte iguais aquele. E por aí vai. Ontem fui à padaria da esquina. Comprei queijo fatiado, um “pastel-de-belém”, uma fatia de bolo e quatro pães. Cada um desses itens veio numa sacolinha de plástico individual, que por sua vez foram acomodadas, as quatro, numa maior. Cinco sacolas por uma comprinha boba. E isso é a regra geral no dia-a-dia das nossas cidades, sem falar nos supermercados onde, dependendo do tamanho da compra, são gastas dezenas de sacolas por consumidor.
A sacola plástica é fabricada com um derivado do petróleo, o polietileno. O Brasil produz cerca de 18 bilhões de sacolas por ano (esse dado é de 2007) e mais de 1 bilhão de sacolas são distribuídas todo mês pelos supermercados. Oitenta por cento delas – ou seja, 800 milhões – viram sacos de lixo doméstico e vão parar em aterros sanitários onde levarão cerca de 500 anos para se decompor.
Para produzir uma tonelada do material com que é feita a sacolinha, são necessários 1.140 kw/hora (esta energia daria para manter aproximadamente 7600 residências iluminadas com lâmpadas econômicas por 1 hora), sem contar a água utilizada no processo e os dejetos resultantes. Dez por cento do lixo é composto de sacolas plásticas, dos quais menos de 1% é reciclado, porque é mais caro reciclar um saco do que produzir um novo.
A solução? Ora, os estudos sobre um plástico biodegradável, apesar de defendidos por alguns, não convenceu a maioria da comunidade científica, que questiona se esse plástico se degrada mesmo ou apenas se subdivide em fragmentos minúsculos, que se disseminam com mais facilidade, poluindo ainda mais. No mundo inteiro, os governos já estão tomando medidas para evitar o desastre. Nos links que lhe apresento no final deste texto você vai ver muitas informações a respeito.
Mas ainda penso que a forma mais eficiente de resolver o problema parece ser conscientizar a população para o uso de sacolas de pano retornáveis – as “ecobags” – ao fazerem suas compras – como era antigamente. Lembro de Mamãe saindo de casa para o açougue ou a feirinha com sua velha sacola de lona listrada de vermelho e branco. Eu mesma tenho as minhas, e sempre as levo quando vou fazer supermercado. Tenho duas de lona branca, com um belo desenho preto, brinde da Trama Virtual; e mais duas que comprei no Pão de Açúcar, a R$ 3,80 cada, com bichos da Mata Atlântica. Tenho ainda uma quinta sacola, de um material impermeável, comprada também no Pão de Açúcar, com uma linda estampa de maracujá, que uso para carregar as compras “molhadas” – carne, congelados, etc.
Acho muito chique, meu caro leitor. Tenho orgulho de sair do supermercado sem uma só sacolinha plástica. Quanto àquela minha ida à padaria, da qual falei no ínício, eu não contei o resto. Distraída, olhando o jornal em cima do balcão, não tinha visto o balconista arrumando minhas compras. Quando vi todo aquele exagero de plástico, pedi a ele uma sacola de papel – toda padaria tem – e rearrumei as coisas dentro dela.
Não é preciso fazer sermão, nem dizer “Estou salvando o planeta!” ou coisa parecida. Se fizer isso, você corre o risco de se tornar um “eco-chato” e dilui a força da única tecnologia ao alcance de todos nós que pode mudar o mundo: o exemplo.
Veja mais sobre o assunto, principalmente a nível mundial, aqui.
E em Belo Horizonte aqui.
E mais aqui.
E falou em lixo, aparece barata! Xô, barata! Xô! Alguém mate essa barata, pelamordedeus!
Ne3o se3o.Porque sacolas oxebaodigride1veis tem prazo de validade de 6 meses, se muito, e decompf5e muito mais re1pido em contato com umidade. Todo o problema ambiental levantado pelo Dawran guarda relae7e3o com a educae7e3o das pessoas no uso do produto. Na Alemanha sacola ple1stica ne3o causaria efeito nenhum, porque um aleme3o, por pior que seja, ne3o ousa encher uma delas de lixo e jogar no rio ou no mar. No Brasil, viram problema porque o povo e9 porco, gosta de ser porco, exige o direito de ser porco e sf3 vota em quem aceita sua porquice Ne3o existe reciclagem de 100% para absolutamente nada. Sempre havere1 resedduo, pf3, ge1s, resto que vai acabar no meio ambiente, a diferene7a e9 que o resedduo mednimo o meio ambiente consegue processar em prazo razoe1vel, o que ele ne3o consegue processar e9 o resultado da porquice contumaz e ate1vica, como a do brasileiro.Ne3o e9 diferente do resedduo orge2nico. Se vocea defecar por anos sozinho em uma fossa se9ptica comum, o meio ambiente processa sem dano nenhum. Se 200 pessoas o fizerem num dia sf3, a fossa vira problema ambiental.No final das contas, as mesmas pessoas que enchiam sacolas oxi de lixo e jogavam no rio, agora ve3o encher sacolas velhas (por mais que ainda fateis, dada a vocae7e3o fashion do brasileiro comum) e joge1-las no rio. o Efeito sere1 e9 pouco pior, as oxi sumiam com algum tempo mesmo espalhando o resto do lixo, as sacolonas ve3o entupir tudo o que aparecer pela frente.
[…] Tavares (do blog Umas e Outras) fala sobre ecobags e as famigeradas sacolinhas plásticas em um artigo interessante e cheio de informações. Tem até uma baratinha passeando pela […]
Oi, Clô,
Concordo com vc, as sacolas poluem pra caramba! Mas e como vc joga o lixo fora? Porque eu uso as minhas sacolas de supermercado para colocar lixo e assim não compro sacos de lixo. Penso que além de economizar ainda reaproveito. E quando as sacolas não forem mais dadas em supermercado? Vou ter que comprar os tais sacos de lixo. 1 saco pro banheiro, um pra lixeira do meu quarto, um pra do quarto da minha filha, 1 pro quarto do meu filho, pra lixeira do escritório, pra cozinha, tem a que tira o lixo do cachorro… Enfim se vou comprar e gastar tantos saquinhos pequenos de lixo não vejo vantagem senão para o dono do supermercado que ao invés de me DAR sacolas vai passar a me VENDER as sacolas! Desculpem-me, mas não vejo tanta vantagem em não receber sacolas no supermercado. Há muito mais vantagens em reciclar caixas de leite, outros tipos de plástico, PET, etc. Há MUITO mais vantagem em se criarem usinas de processamento de lixo! Mas isso o governo não faz, e ninguem faz campanha tembém! As queimadas em Rondônia poluem mais que milhões de saquinhos de compras. Eu sei! Minha sobrinha mora lá! Acho que esse lance das sacolinhas é puramente comercial! E que leva vantagem não somos nós, nem os animais marinhos, infelizmente!
Compro sacos de 100 litros para acomodar o lixo. Isso porque um saco grande deve poluir menos do que cinco sacolinhas. Mas nao sei se é menos poluidor. Há um supermercado da minha cidade usando um plástico que se desfaz em pouco tempo – segundo eles. Mas mas também já li que este tal saco é pior ainda pois se desfaz em pedaços minusculos e assim os animais marinhos engolem com mais facilidade e se prejudicam. Enfim, eu considero que estamos vivendo uma época bem complicada em relação a esssa questão de poluição do meio mabiente; e procuro sempre, em qualquer atitute, poluir pouco. Curioso é que nos filmes a gente sempre vê os personagens chegarem em casa com as compras dentro de enormes sacos de papel. No Brasil, ninguém nem ouve falar nisso… Grata pelo comentário.
Oi, Clô! Adorei o seu texto e concordo contigo. Minha única pergunta é: como vc acomoda o lixo da sua casa? Pq todas as sacolinhas que trago do super, servem para acondicionar o lixo. Se vc me disser que aquele saco preto, ou o azul que vende no supermercado é menos poluidor que as sacolinhas, eu faço a troca numa boa! Qual tua opinião?! Beijos!
Ana (Grupo Flying in Brazil)!
ola, temos em comum, gostei do teu texto, queria q olhasse os meus. sao opinioes, claro. abraco
Para o Festival DoSol, evento que produzo todo ano, a gente faz, de acordo com a nova campanha publicitária, uma sinalização de fundo de palco. Uma grande lona, super bonita.
Todo ano eu tenho o maior dó dessas lonas perderem a utilidade, então, conversando com uma amiga que faz bolsas, tive a idéia de transformar as lonas em várias ecobags. Acho que cada lona que tenho dá pra umas 30 bolsas. Ela adorou a idéia.
Eu faço as bolsas, presenteio músicos e amigos, cada um fica com uma lembrança bacana e única do festival (afinal não tem como ter 2 bolsas iguais) e ainda reutilizo algo que ia “pro lixo”.
Pergunta: o saco de lixo azul que compramos no supermercado, demora o mesmo tempo para se decompor que as famigeradas sacolinhas plásticas?
E eu aqui tentando tirar esse bicho que apareceu na tela sem sucesso. Demorou para descobrir que devia ser a tal barata 🙂
Comadre Clô,
seus textos são sempre ótimos, onde vc estava esse tempo todo que EU não sabia? Tá bom, tá bom, já recebi seu currículo no CBG e não precisa repetir não, tô sabendo!
Essa história de saco plástico é mesmo uma tragédia. Os mercados deram pra produzir um tão fininho que a gente tem que usar 2 pra trazer algo pra casa – resultado, produz-se o dobro da peste. Mas aos poucos a consciência começa a aflorar… Fernanda, minha sobrinha de Porto Alegre (aliás, na verdade, nem sobrinha nem de PoA, porque não nasceu lá nem de nenhum irmão meu, é tudo adoção: uma, no coração, outra para residência e trabalho) – mas voltando à minha pequenina-grande Fer amadíssima, na feira ou no mercado ela só vai de sacolão de pano e eu me vi orgulhosíssima ao lado dela, entrando na onda. E, tão perplexa quanto contente, pude verificar a grande quantidade de “imitadores” naquelas plagas. Pois é, 500 anos pra se decompor… haja saco! Beijos nublados, Rê